Nina é uma ávida urban sketcher. Vir desenhar para Portugal era um desafio irrecusável.
Nina Johansson vive em Estocolmo, na Suécia, e é professora, ilustradora e pintora. Ensina ilustração informativa e design gráfico na Universidade de Mälardalen em Eskilstuna. É uma ávida urban sketcher, tendo como os ambientes urbanos e a vida quotidiana como seus temas preferidos. Para si, desenhar é parte integral da vida. Nenhum tema é inadequado para ser examinado num caderno de sketches.
Nina encara cada passo e cada olhar com toda a intensidade. O seu interesse pelo mundo à sua volta é incontornável.
O que o(a) surpreendeu nesta viagem?
O que mais me surpreendeu foi a costa. As formações de rochas dramáticas, muitas vezes com praias de areia fina em baixo, que encontravam as ondas impiedosas do Atlântico. As rochas às vezes eram pretas, às vezes verdes, amareladas, roxas ou azuis - e às vezes, todas estas cores - tudo dependia das condições de luminosidade. Tão lindas! E para uma pessoa que gosta de misturar cores, são um verdadeiro desafio
Conte-nos algo que tenha visto e que nunca tinha visto antes.
As margens enlameadas da Ria de Aveiro. Nunca tinha visto nada assim. Caminhar descalça pela margem, sentir a lama entre os dedos dos pés, e ver amêijoas, caranguejos e outros animais que têm ali o seu habitat natural, passando pela diversidade de aves que conseguia ver do barco - foi uma experiência memorável.
Qual foi o maior desafio e a maior recompensa desta experiência?
Uma mesma coisa: desenhar. Para mim, desenhar é muito mais do que rabiscar algo rápido no papel. Não significa apenas produzir imagens. Significa ver, e ver bem, o que acontece à nossa volta. Significa tirar tempo para nos sentarmos e sentirmos o ambiente, sons e cheiros de um sítio, reparar nos hábitos de um bairro, ver os comportamentos dos animais, observar os movimentos do mar, talvez até começar uma conversa com alguém que passa. É uma forma de ficar a conhecer o mundo à nossa volta, e uma forma certeira de criar memórias que duram para sempre.
Se tivesse de recomendar esta região a amigos, o que diria?
Se viajar até ao Centro de Portugal, tome o seu tempo. Há tantos lugares para descobrir e tantas experiências para viver. Não pare onde todos param. Vá além, absorva a beleza das paisagens e do mar, repare nas pequenas coisas, prove a comida e fale com as pessoas. E traga caneta e papel, e algumas cores maravilhosas. Vai precisar delas.