Nuno Branco, sj, para além de ser um sketcher talentoso, cumpre a sua missão de vida como padre jesuíta.
Nascido em Oeiras em 1977 e licenciado em Arquitetura pela FAUTL (Lisboa), entrou na Companhia de Jesus em 2002 e fez o percurso habitual da formação de um jesuíta: estudos de Filosofia, Magistério e estudos de Teologia em Madrid, com especialidade em Espiritualidade e Arte em Paris.
Através da realização de encontros e retiros, tem tentado estabelecer pontes entre a Fé e a Espiritualidade. Publicou em dezembro de 2019, pela editora Frente e Verso, o livro “Diário Gráfico: a experiência de Deus na vida diária”.
A serenidade natural de Nuno Branco, sj encaixou na perfeição com a tranquilidade alentejana.
O que o(a) surpreendeu nesta viagem?
A surpresa maior prende-se precisamente com a possibilidade de um novo modo de viajar: o de não ter pressa. Ou seja, o de não querer chegar antes do tempo devido. E tanto o exercício do desenho com os lugares do Alentejo são um promissor (e não menos exigente) convite a rever a definição de viajante que, para mim, poderia ser esta: um hóspede que aprendeu a ser contemplativo.
Se tivesse de contar a uma criança sobre a sua viagem, o que diria?
O espanto, diria eu. Recuperar e valorizar com a vista e as mãos, as tintas e o papel, os riscos e as linhas aquele que será primeiro sinal típico de que se é ainda criança: a alegria do espanto.
Houve alguma refeição em especial que lhe tenha ficado na memória?
Recordo o jantar na Tasca do Celso em Vila Nova de Milfontes e por uma simples e determinante razão: tudo se proporcionou para o gosto e a satisfação que é estar à mesa.
Se tivesse de recomendar o Alentejo a amigos, o que diria?
Diria mais ou menos isto: Na terra do Alentejo vemos ao longe no horizonte, a promessa de um demorado silêncio capaz de repousar o olhar e sossegar as nossas palavras.