Simonetta Capecchi é urban sketcher de corpo e alma e desenhar ao vivo é o que lhe dá mais prazer.
Simo Capecchi estudou Arquitetura e tem um Doutoramento em Desenho Arquitetónico. Vive atualmente em Nápoles e trabalha como ilustradora. Colabora com os Urban Sketchers desde o início, foi instrutora em vários Simpósios dos Urban Sketchers em todo o mundo e organizou muitos workshops de sketching em Itália e nos estrangeiro. O que mais gosta de fazer é desenhar in loco, contando histórias de lugares e de pessoas.
Simo é fascinada pelo mar. Todos os momentos passados perto da costa marcaram-na para sempre.
O que a surpreendeu nesta viagem?
O grande número de cegonhas surpreendeu-me, uma vez que a Itália está praticamente fora dos seus percursos de migração, pelo que nunca tinha ouvido os sons curiosos de uma cegonha. Também adoro a ideia de algumas chaminés e topos de edifícios em Portugal sejam "protegidos" por lei para as cegonhas. Outra surpresa foi encontrar um pouco de Nápoles na assustadora Capela dos Ossos em Lagos: nós também temos caveiras e ossos dispostos em formas semelhantes, para diferentes propósitos.
Conte-nos algo que tenha visto e que nunca tinha visto antes.
Apesar de viver junto ao mar (moro em Nápoles e costumava viver em Veneza), nunca tinha visto pescadores a apanharem amêijoas. Segui-os e desenhei-os em Olhão e em Cacela Velha. Depois de vê-los a ter aquele trabalho todo, uma sopa de amêijoas nunca mais terá o mesmo sabor.
Houve alguma refeição em especial que lhe tenha ficado na memória?
Claro que as amêijoas que comi em Faro foram uma das refeições que ficou na minha memória, juntamente com o polvo servido com batata doce e com um molho de ervas deliciosas. E o arroz de polvo também era uma delícia. Difícil de escolher entre tantas boas refeições e restaurantes que experimentámos.
Qual foi o seu momento preferido desta viagem?
Provavelmente, os meus momentos preferidos foram aqueles passados junto ao mar, ao longo das falésias espectaculares de Lagos e do Algar Seco. Adorei andar, subir e desenhar nas rochas, mas especialmente mergulhar naquele mar de água fresco. Também descobri a autora Sophia de Mello Andresen através de uma frase que estava exposta na parede do Mercado de Lagos e, mais tarde, vi o documentário de João César Monteiro no qual Sophia nada ao longo das falésias em Lagos nos anos 60, e reconheci as praias e grutas pelas quais eu passei e onde nadei também.